A proposta foi fazer uma redação em grupo. O
tema era “Um dia... daqui a 20 anos”. Eles deveriam imaginar que daqui a 20
anos esse grupo se encontra novamente. Escrevendo no presente, com narrador a
escolha, contariam esse encontro: Como e onde acontece, como “está” cada um
deles depois de tanto tempo, como está o mundo. E recomendei: “Viagem
bastante!”
Eis os resultados (“borilados” pela professora
que vos fala mas respeitando ao máximo o texto e os lindos sonhos deles).
A JUSTIÇA: O REENCONTRO
Grupo Liga da Injustiça
Um certo dia, depois de 20 anos de
cada vez mais raros e esporádicos contatos via redes sociais, o grupo “Liga da Injustiça” finalmente conseguiu marcar um encontro no Parque Ibirapuera, que hoje
é muito maior porque, por mais incrível que essa hipótese pudesse ter soado
quando tinham entre 15 e 17 anos e estavam no Ensino Médio, casas e prédio do
bairro, a maioria grandes e caros em uma área considerada nobre, foram
desapropriados para dar lugar a mais área de lazer, com muito mais verde e
muito mais flores coloridas de diversos tipos.
Beatriz está solteira, tem uma filha
de 10 anos chamada Pietra, que ela conta que conseguiu adotar quando a menina
tinha dois aninhos porque finalmente, depois de muitos anos de luta, em
praticamente todos os países do mundo - incluindo o Brasil, claro - foram
eliminadas as restrições a adoção por parte de pessoas solteiras e casais
homoafetivos. Todos podem adotar, desde que comprovem idoneidade e renda
satisfatória. Os colegas comemoraram a notícia.
César anuncia que está muito bem
casado. Sua esposa teve dois meninos, Henrique, de 12 e Felipe, de 7 anos,
enquanto fala, ele até tanta, mas não consegue esconder o pai coruja em que se
tornou. Além da vida pessoal, teve sucesso profissional também, Kerolayne
lembra aos amigos que recentemente saiu uma matéria apontando César como um dos
cinco melhores advogados do Estado de São Paulo. Ele sorri modestamente.
Gabriel é designer gráfico, criou
jogos que caíram no gosto da juventude não só do Brasil. Por conta do sucesso
de suas criações, fez muitas viagens pelo mundo participando de eventos
internacionais de todos os tipos e, em uma dessas viagens, engatou o namoro com
uma gamer australiana que agora trabalha com ele. Todos acham que o casamento é
uma questão de tempo. Gabriel, discreto, não confirma nem nega as notícias das
revistas online de fofocas. Sorri levantando um brinde aos amigos e toma um
gole de sua cerveja.
Kerolayne é enfermeira pediátrica,
casou-se com o médico chefe do hospital onde trabalha desde que terminou a
faculdade. O casal tem dois filhinhos, Antony, de 6 e Sofia, de 3 aninhos. Ela,
tagarela e orgulhosa, não pode deixar de tirar seu móvel da bolsa para mostrar
um pequeno vídeo da família feito no último aniversário do pequeno Antony. Os
amigos concordam que o menino é muito parecido com a mãe.
Karolayne se tornou mãe muito jovem.
Tem um rapaz de 15 anos, o Gabriel, e a Mariana, agora com 12 anos. A
maternidade não a impediu de estudar e agora ela é uma ótima publicitária. Os amigos
da roda se revezam lembrando, cada um na sua vez, uma das propagandas de sucesso
criadas pela amiga que, orgulhosa, conta que duas delas tiveram a ajuda do
filho Gabriel.
Yasmin realizou seu sonho de se
tornar professora de português. Casou-se com o professor de matemática da
escola onde deu aulas durante alguns anos, teve o pequeno Victor, que está
completando 4 anos justamente hoje, no dia desse reencontro. Ela anuncia o fato
como explicação para o fato de ter sido a última a chegar: precisou passar na
loja para comprar um presente para o filho. Brincando com Yasmin, e ao mesmo
tempo sérios, os amigos comentam que nos tempos do ensino médio achavam a
escolha profissional dela desastrosa e que agora estão felizes porque ser
professor deixou de ser uma escolha de sacrifício como era antes. Yasmim
confirma: “Professor não é mais aquele profissional desrespeitado e mal pago
que era no nosso tempo de estudante! ”
Partindo daí, eles continuam a
comparação. O Brasil está muitos melhor em todos os aspectos, saúde, segurança,
educação. Não há mais tanta pobreza como antes. Todos concordam que isso após
aquele médico, que já tinha sido pobre e não esqueceu disso, ter se tornado
presidente. Todos levantam um brinde a ele e César lembra do nome dos outros
quatro que deram continuidade ao bom trabalho começado pelo primeiro. Todos
eles recebem seus brindes.
A lista das melhoras continua como
pauta da conversa dos amigos. Ônibus e metrô se tornaram gratuitos e o
biodiesel, entre outras inovações, despoluiu o ar das grandes cidades. A junção
da melhora na educação, da reforma judiciária que agora instituiu a prisão
perpétua para grandes crimes e a ressocialização educativa para os pequenos, do
aumento do poder aquisitivo das populações mais pobres, que levou à diminuição
drástica do abismo que um dia houve entre os mais pobres e os mais ricos, tudo
isso teve como consequência a queda da criminalidade. E os amigos começam a
enumerar os presídios de segurança máxima que foram fechados na última década
por “falta de moradores”, como disse Karolayne num sorriso feliz.
Yasmin conta que a maioria dos seus
alunos do Ensino Médio já fazem estágio nas grandes empresas, de acordo com a
faculdade que desejam seguir. Por conta dessas mudanças, lembra Kerolayne, os hospitais
em lugar de dar vergonha, como era antes, agora dão orgulho. Há médicos e
enfermeiros eficientes para todas as especialidades. Fora os laboratórios, onde
cientistas trabalham com apoio e financiamento adequado para que os avanços
aconteçam. Não há mais tanta demora para se descobrir uma vacina. “Lembram do
medo que tivemos do Zica?” pergunta Beatriz? Todos lembram.
Quando terminam de brincar, sorrir e
comemorar o fato de que não existe mais pobreza extrema, desemprego cíclico e
não se tem mais medo de sair às ruas e ser assaltado. Que até mesmo o
desrespeito e o preconceito saiu de moda. Depois que todos fazem um último
timtim desejando as pessoas continuem sempre respeitando e sendo respeitadas,
independentemente da cor, da sexualidade, da classe social ou da religião,
Yasmin os convida para a festinha de aniversário do Victor que será no sábado.
Todos aceitam, menos Gabriel, que lamenta muito mais tem voo marcado
sexta-feira à tarde para Moscou, onde vai participar de uma feira de lançamento
de Games.
E os amigos se despedem com a
promessa e o desejo de voltarem a se encontrar muitas outras vezes.
A VOLTA DAS GIRLS
Grupo Quarteto das Girls
Naiara:
Hoje
consegui reencontrar as minhas amigas de infância através de uma rede social. Eu
tinha perdido contato com elas desde quando formei minha família. Conversamos bastante
pela internet para matar um pouco a saudade e marcamos encontro para fazer um
passeio e pôr o papo em dia. Contei a elas como estou vivendo, falei da minha
família maravilhosa, dos meus dois filhinhos e do meu trabalho como artista.
Fiquei feliz por saber que todas elas estão felizes também.
Elizabeth:
Hoje
estou com 36 anos e finalmente consegui reencontrar as minhas amigas de
infância! Conseguimos colocar quase todas as conversas em dia. Foi muito bom
encontrar todas elas, queria poder voltar ao passado, seria bom aproveitar mais
um pouco da nossa amizade e muito mais. Mas vamos nos encontrar em breve para
um passeio, talvez meu filho se dê muito bem com a filhinha da Stefani.
Stefani:
Bom,
que bom! Hoje, depois de 20 anos, consegui reencontrar minhas amigas de escola.
Contei a elas que me casei com uma pessoa super gente boa, companheira, que
está do meu lado para todas as minhas decisões. Contei que estou muito feliz
pois tive uma filha que hoje está com três aninhos. Não consegui resistir,
coruja que sou, e disse a elas que ela é uma flor de menina. Marcamos um
encontro e combinamos de levar nossos filhos, mas tive que me despedir porque
precisava ir trabalhar. Foi ótimo reencontrar minhas amigas, e o bom é que
agora vamos manter o contato!
Iara:
Hoje estou muito feliz porque reencontrei
minhas amigas que não via há muito tempo porque a gente perdeu contato. Mas conseguimos
nos reencontrar de novo e conversamos pela internet. Até marcamos um passeio. Isso
é o que importa! Falamos das nossas vidas, elas estão bem e felizes. Eu disse a
elas que agora tenho 35 anos, que sou casada, tenho dois filhos e sou médica.
Mas quando nos encontrarmos novamente vamos levar nossos filhos e, enquanto
eles brincam juntos, falaremos mais sobre o que de bom aconteceu na nossa vida.
E A FÊNIX RENASCE
Grupo Fenix
Hoje é dia 07/03/2036, nós nos encontramos no
shopping. Depois de muito tempo nos encontramos! Nos perguntamos como cada um
estava e a fila de depoimentos começou, entre risos, brincadeiras e beliscadas
nas comidinhas e bebidas que havíamos pedido. Gracielle começou:
- Hoje tenho um bom emprego em um restaurante e
trabalho também no meu próprio estúdio. Já viajei muito pela Itália, e foi lá o
lugar onde me casei. E vocês?
Vanessa respondeu:
- Eu estou bem! Me formei e hoje sou
veterinária. Estou trabalhando muito, mas antes de começar a trabalhar também
viajei muito. Fui para Paris, comecei a namorar lá e voltamos juntos para o
Brasil. E foi isso que aconteceu – disse ela com seu sorriso aberto de sempre,
arrematando com o olhar brincalhão dirigido para a próxima “voluntária” – E você,
Ketlen, o que andou fazendo?
- Estou morando na Espanha. Estou trabalhando,
sou delegada de polícia. Tenho um filho chamado Artur. Gosto muito de viajar e
o mundo está bem melhor para isso do que em 2016, né?
As três brindaram sorrindo e Vanessa arrematou:
- Para variar o Gustavo faltou! Alguém sabe o
que aconteceu com ele?
- Parece que se casou com uma herdeira
milionária e se tornou um advogado famoso. Provavelmente não passeia mais em
shoppings – Gracielle respondeu fazendo muxoxo.
- Bem, ele não sabe o que está perdendo! Vamos às
compras, meninas? – convidou Ketlen.
O convite foi aceito e as três saíram abraçadas
e sorrindo como se estivessem novamente no pátio da escola.
ENCONTRO
INESPERADO
Grupo Vitória na Guerra
Numa incrível brincadeira do acaso o grupo todo se encontrou na rua. Entramos em uma lanchonete e relembramos
daqueles tempos. A conversa fluiu e começamos a falar das nossas vidas.
Todos nós tínhamos agora a nossa na época tão
sonhada carta de motorista. Cada um conseguiu comprar o seu veículo, arrumamos
empregos. Cada um tem sua casa, e constituímos nossas famílias.
Menos o Igor, ele está solteiro até hoje. Livre
como um passarinho!
Lembramos, como se fosse hoje, de como éramos há
20 anos. A gente na escola, brincando, estudando e se divertindo.
Depois cada um foi para seu caminho e o mundo
mudou bastante nesse tempo. Muitas coisas que não tinha na nossa época tem
hoje.
O mundo tem muito mais tecnologias e não tem
mais tanta violência como tinha no nosso tempo.
Todos somos muito felizes.
ENCONTRO NOS EUA
Grupo Girls
Eram quatro amigas, bem próximas, que
estudavam juntas no ensino médio na mesma sala.
Elas tinham sonhos totalmente
diferentes: Beatriz queria fazer faculdade de administração ou pediatria e
viajar pelo mundo; Juliana queria se formar em contabilidade e construir uma
família; Ketyly, essa era doidinha, engravidou no segundo ano do ensino médio
mas continuou seguindo os estudos e queria se formar em administração; Bruna
queria se formar em pedagogia e formar sua família.
Logo após o término do ensino médio,
elas seguiram com suas vidas e perderam o contato. Após vinte anos inventaram
um novo meio de comunicação: era um relógio digital que localizava pessoas em
qualquer lugar do mundo.
Era natal nos EUA e elas, por incrível
que pareça, estavam morando lá. Foram fazer compra no shopping e de repente se
encontraram por “pura coincidência”. As quatro ficaram muito emocionadas ao se
olharem nos olhos novamente. Interromperam as compras e foram tomar um coffee
para colocar o papo em dia.
Durante o café, elas conversaram sobre
o que fizeram nesses anos todos e descobriram que simplesmente realizaram todos
os seus sonhos (até mesmo as duas faculdades da Beatriz) e estavam muito
felizes.
Logo depois, como cada uma tinha muitas
coisas a fazer, afinal era véspera de natal, elas se despediram mas prometeram
se encontrar em breve. E cumpriram a promessa!
Daí em diante nunca mais perderam o
contato e voltaram à mesma amizade dos tempos em que eram adolescentes.
FUNDÃO DAQUI A 20 ANOS
Grupo Fundão
Foi há 20 anos que nos conhecemos, no ensino
médio. Hoje o Daniel tem 35 anos, é formado em Educação Física e dá aulas onde
estudávamos. Ele está casado e tem um filho, continua o mesmo brincalhão de
sempre e o filho é a cara dele!
O Alexandre, hoje com 37 anos, está morando na
Califórnia e formado em agronomia, é produtor de Cannabis. Casado e com dois
filhos, tem uma vida agradável e tranquila como sempre quis.
Davi, hoje com 35 anos, trabalha como designer
automotivo, é casado e mora na Itália, tem um filho.
Cleber, com 35 anos, se formou em cálculos, foi
morar na Suíça, se tornou vice-presidente de um banco suíço e ganha dinheiro
praticamente sem fazer nada. Se casou com uma brasileira e teve três filhos.
Beatriz, hoje com 35 anos, mora em Cancun e
curte as melhores baladas. Trabalha com produção de eventos e ganha um bom
dinheiro e mora em uma mansão. Ela não casou e mora com o cachorro Dino.
Rodrigo, hoje com 36 anos, virou cantor de rap
e viaja por todo o mundo fazendo shows. É casado e tem dois filhos.
Hoje em dia os carros voam e as pessoas não
dependem mais tanto do transporte público. Os ônibus não existem mais. O wifi é
liberado para todos e o que era impossível para médicos e cirurgiões hoje é
fácil por conta da criação da China de robôs capazes de fazer qualquer função
em pouco tempo. As escolas tiveram um grande desenvolvimento: todas têm lousas
digitais.
O REENCONTRO
Grupo Os Fiéis
Vinte anos depois nós nos
encontramos numa pizzaria, alguns estavam com 36 anos e outros com 37. Nós
conversamos sobre a nossa carreira profissional.
O Ariel se tornou empresário
e sua empresa foi tão bem administrada que recebeu um prêmio de destaque
internacional como a maior empresa do Estado de São Paulo. Ele não se casou,
mas teve um filho e estava morando com a mãe de seu filho em uma mansão
avaliada em $ 3.350 milhões. Ano passado, o Ariel deu uma Land Houver para a
Poliana como presente de comemoração pelo prêmio que ela ganhou na Alemanha por
uma de suas fotos.
Letícia se tornou a modelo
mais conhecida do país, se casou com um empresário, teve dois filhos e
recentemente se afastou das passarelas para administrar a própria empresa de
alta costura.
O Natanael se formou em
administração e era o sócio da Letícia. Ele se casou e teve um filho, mas
acabou pedindo o divórcio e a guarda da criança. Motivo: brigas e
impossibilidade de reconciliação. No momento está namorando uma atriz que
acabou de ser indicada para o Oscar de revelação por sua atuação em um filme
que retrata a ascensão do Brasil no mercado internacional.
A Vanessa se tornou uma
grande veterinária, a mais cuidadosa e a personalidade mais conhecida na luta
pelos direitos dos animais. Ela teve dois filhos e se casou com um veterinário
que trabalha com ela.
Marta disse que não estava
trabalhando em nenhum caso no momento, mas como é uma advogada muito famosa e
sempre precisa manter sigilo sobre seus casos e seus clientes, ninguém
acreditou muito nessa “pausa sabática” do trabalho que ela alegou ter tirado,
apesar de a razão alegada ter sido muito boa, afinal ela tem dois filhos e está
no terceiro mês de gravidez do terceiro. O marido é um engenheiro civil.
Como já foi dito, Poliana é
uma fotógrafa premiada, muito conhecida em toda a América Latina e que tem
começado a ganhar destaque e fama também na Europa. O marido dela é dono de uma
empresa de designe e o casal tem dois filhos.
Durante a conversa todos
concordaram que nem mesmo seus sonhos mais otimistas dos tempos de escola eram
tão bons quanto a realidade que viviam no momento. Brindaram a isso, lembraram
os velhos tempos e riram muito com essas lembranças. Então a noitada acabou e
cada um foi para sua casa, ou hotel no caso dos que moravam em outros lugares e
estavam em São Paulo apenas de passagem.
Antes de se separarem o Ariel
convidou a todos para uma festa em sua mansão no dia seguinte prometendo que
conseguiria levar toda a turma da antiga classe do ensino médio, todos amaram a
ideia e aceitaram o convite muito animados. A despedida, pelo menos dessa vez,
foi um sorridente “Até amanhã! ”.
Na festa, Leticia chegou
causando dizendo que a Arielly estava dando em cima do seu marido. Vanessa
começou a rir com a Poliana quando a Letícia pegou uma taça de vinho e jogou na
cara da Arielly que pareceu não estar entendendo nada e perguntou por que ela
estava fazendo isso. A Letícia respondeu “Você está dando em cima do meu
marido! ” e teve que ser segura pelo Ariel e por um garçom que passava para não
bater na outra.
Por conta dessa confusão a
Arielly foi embora com a Bianca, mas a festa continuou até bem mais tarde
quando todos voltaram para suas casas, seus hotéis e suas vidas.
REENCONTRO DE AMIGOS
Grupo Tô Por Aqui
Eu,
Luciano, estou trabalhando como técnico de informática e estou no último ano da
faculdade. Faço contabilidade. Demorei um pouco a faculdade porque tenho
viajado muito para vários países do mundo e até para fora do mundo,
recentemente fiz uma viajem para Marte.
Quando
cheguei em Marte, fui ao único shopping que construíram lá, por enquanto, e
que, para variar se chama Shopping Marte. Pois não é que, andando pelos
corredores do shopping, encontrei o Jonnathan e a Hellen?!
Cara,
eu nem acreditei! E eles me falaram que estavam noivos e me convidaram para o
casamento. O casamento foi ontem e foi uma experiência incrível porque lá
encontrei os outros amigos do nosso antigo grupo do tempo em que éramos
estudantes do segundo ano do ensino médio.
Logo
após a cerimônia, fomos todos para o salão de festas onde nos sentamos e começamos
a conversar como os velhos amigos que tínhamos sido há vinte anos. Todos queriam
saber sobre a vida de todos e todos queriam também falar sobre suas vidas. Com a
ajuda do shopp gelado e das comidinhas que passavam, a conversa rolou sem que
percebêssemos o tempo passar.
Perguntei
à Hellen e ao Jonnathan onde iriam morar e disseram que morariam no apartamento
que compraram em Marte porque é onde os dois trabalham agora. Os dois são
engenheiros e fazem parte da equipe que torna cada vez mais partes do planeta
habitável por nós, “terráqueos”.
O
Guilherme Brito contou que estava casado com uma mulher chamada Samara, os dois
tinham um filho chamado Daniel, tinham uma empresa que representava jogadores
de futebol e moravam no Rio de Janeiro. Como um presente a nós, o Guilherme
ainda contou que sua empresa estava planejando um campeonato nos Estados Unidos
para daqui a um ano.
O
Iago contou que se sentia realizado profissional e financeiramente. Conseguiu ganhar
muito dinheiro trabalhando como engenheiro civil, viajava muito, principalmente
para Brasília e há dois anos comprou sua tão sonhada mansão na praia. Quanto à
parte familiar estava mais ou menos bem, tinha duas filhas - mostrou as fotos
de Graziele e Juliana – mas estava se divorciando da esposa porque havia muitas
brigas entre eles.
E
o Guilherme Torres contou que estava casado e tinha uma filha que se chamava Vitória.
Ele estava administrando uma empresa de turismo que conseguiu construir com sua
esposa. Os três moravam na Inglaterra e ele estava só passeando aqui no Brasil.
Trocamos
endereços e links de redes sociais para tentar não perder o contato novamente. Só
o futuro dirá se conseguiremos cumprir essa vontade.
UM DIA... DAQUI A 20
ANOS
Grupo Tranquilos e Favoráveis
Era o último dia de aula, aqueles cinco amigos
que estudavam juntos desde o primeiro ano do ensino médio iriam se separar.
Todos se despediram, o tempo foi passando e eles perderam contato e nunca mais
se viram.
20 anos se passaram...
Era uma tarde de domingo, nas férias, mês de
julho, por incrível que pareça, aqueles cinco amigos se reencontraram em uma
praça de alimentação do shopping em que estavam passeando, em São Paulo.
Eles se cumprimentaram e resolveram sentar
todos juntos para conversar sobre suas vidas nesse tempo que não se viam.
Então, começaram a falar onde estavam morando, como estava o trabalho, a
família, a vida...
Diogo preferiu começar:
- Tô com 38 anos nas costas, né? Casei, tenho
dois filhos, sou arquiteto e moro na Suíça. Como estou em férias resolvi matar
a saudade do Brasil e de São Paulo.
A segunda foi Stefane:
- Sou mais novinha, né gente! – e ela riu
gostoso com seu jeito alegre de sempre – Tenho 36 aninhos, um filho. Trabalho
com moda e estou fazendo mais uma faculdade: Direito.
Luciele levantou a mão brincando, como se
estivessem na sala de aula.
- Eu tenho só 35 – e riu para Stefane – mais nenenzinha do
que você! Moro em Angra dos Reis, trabalho na Isotec, uma empresa de design.
Não tenho filhos nem pretendo ter. Adoro meu trabalho e adoro ser solteira,
livre e independente. Só quero curtir essa minha vida boa!
Kamila levantou o copo que tinha nas mãos
fazendo um brinde para a amiga que acabara de falar e rindo bem alto enquanto
dizia:
- Nossa! Parece eu! Também tenho 35, também sou
solteira, não tenho nem pretendo ter filhos e também me sinto muito feliz
assim! A diferença é que moro aqui em Sampa mesmo e sou enfermeira chefe do Sírio
Libanês. Mas também adoro meu trabalho, me sinto útil e sei que sou muito
eficiente.
Marcelo, o único que ainda não tinha falado,
olhou para o próprio copo com a expressão um pouco constrangida e falou de
forma lenta como a deixar claro que não tinha nenhuma intenção de contar
vantagens:
- Bem, tenho 37 agora... quase quarentão –
sorriu simpático – sou casado e tenho 12 filhos...
Nesse momento todos os outros soltaram frases,
palavras, risos e expressões de alegre surpresa e gozação. Kamila levantou o
copo novamente em mais um brinde e gritou sorrindo:
- Quanta fertilidade, hein?
Depois que as brincadeirinhas, os cumprimentos
e os risos diminuíram, o Marcelo continuou:
- Bem, eu fundei uma empresa de multimarcas.
Não foi fácil e levou um bom tempo, mas consegui me estabilizar e agora moro na
Argentina.
- O país do momento - Sorriu Diego.
Marcelo mudou de assunto:
- Então, estamos todos em férias, né? E por uma
coincidência incrível viemos parar no mesmo lugar e na mesma hora!
Todos comemoraram, bateram seus copos e continuaram a conversar alegremente
relembrando o passado, falando de como as coisas mudaram nesses 20 anos e
ainda, um ou outro, falando dos planos para o futuro.
Em um aparte se podia ver Stefane e Luciele
gozando da cara da kamila por se fingir de grande bebum, propondo brinde atrás
de brinde com seu copo de água com gelo na mão.
Mais rápido do que esperavam, como sempre
acontece quando estamos nos divertindo, chegou a hora de se despedirem de novo,
como há 20 anos. Mas dessa vez trocaram números de telefone, endereços e redes
sociais para não perderem mais contato.
Voltando para casa, cada um deles se perguntou
se não se encontrariam novamente assim, de repente em agradável surpresa, daqui
a mais 20 anos e todos sorriram sozinhos se perguntando:
- “Como estarei daqui a 20 anos?”
VINGANÇA DAS VINGADORAS
Grupo As Vingadoras
Um
dia, no fim da tarde, fui me encontrar com um velho grupo de amigas do ensino
médio, em um shopping próximo de onde eu moro. Chegando lá nós fomos assistir a
um filme de comédia, rimos bastante.
Na
praça de alimentação, depois do filme, conversamos muito e percebemos como as
coisas mudaram, inclusive nós mesmas. Algumas já nos formamos, outras já têm
filhos. Como nos distanciamos! Como ficamos mais maduras! Como sentimos falta
de nossas amigas!
Falamos
sobre filhos, trabalho, namoros e das viagens que fizemos. Planos que não deram
certo, planos que deram mais certo do que esperávamos. Enfim, foi um encontro
muito bom e divertido. Muito especial. Acho que nunca vamos esquecer.