segunda-feira, 2 de setembro de 2019

ENTRELAÇADO DE MEMORIAS





          Francisca, toda cheia de vida aos seus cinquenta e cinco anos, está radiante! Hoje completa mais um ano de casamento. José, seu esposo, vaidoso como sempre, já se arrumava com muito esmero. Em algumas horas estariam no restaurante preferido do casal comemorando, junto com alguns amigos e familiares, mais um dos quarenta e dois anos de um matrimônio pleno de muitas alegrias.
          — Fran, já terminou seu banho? Pergunta José dentro do quarto enquanto se arruma. Ande logo, se não nos atrasaremos.
          Fran responde “Quase!” e na pressa de tirar o shampoo dos cabelos não nota que o chão ficara cheio de espuma. Fecha o registro e se vira rapidamente. Com o movimento, seu pé escorrega no sabão causando uma queda na qual ela bate a cabeça no lavatório e desmaia.

         José ouve o barulho, entra no banheiro e vê sua esposa desacordada no chão, com a cabeça ensanguentada. Desesperado, pede socorro pelo telefone.
          - Alo!!! - Diz ele em tom aflito.
          A moça do outro lado da linha diz:
          - Calma senhor, o que houve?
          - Minha esposa caiu no banheiro e está desmaiada! Tem um ferimento grande na cabeça! Está sangrando muito! Me ajuda, por favor!
          Prontamente, a moça manda uma ambulância para o local e Francisca é levada para o hospital mais próximo
          Passaram quatro longos dias e Fran continua desacordada. No fim do quarto dia, finalmente, ela acorda no meio da noite. Meio desnorteada, vê uma moça de uniforme e pergunta:
          - Onde estou?
          A enfermeira, ao vê-la acordada, se levanta da cadeira onde estava e diz:
          - Dona Francisca! espere um momento, por favor. Eu já volto! – E ela sai do quarto apressada.
          Enquanto vê a saída da enfermeira, ela pensa “Quem é essa Francisca? Com quem essa moça estava falando?”. Mas logo esse pensamento de dissipa de sua mente.
          - Doutor! - A enfermeira entra no consultório chamando freneticamente.
          - O que houve, Eunice?
          - É a paciente do quarto 7. Ela acordou.
          Ele, prontamente, pega uma prancheta e vai em direção ao quarto.
          Doutor Alexandre era o neurologista que estava acompanhando o caso. No quarto, eles se deparam com a paciente sentada na cama retirando os acessos que levavam medicamentos para ela.
          - Pare! - Diz o doutor Alexandre ao se aproximar dela - Senhora Francisca, não faça isso por favor.
          - Mas, para que esses tubos ligados ao meu braço se não me sinto doente? - pergunta ela, olhando para eles com um olhar aflito.
          O médico senta-se na cadeira ao seu lado e, cuidadosamente, conta todo o ocorrido no acidente.
          Enquanto o médico explicava, a recepcionista do hospital liga para a residência do casal e informa José de que sua esposa havia despertado há alguns minutos. Ele agradece, desliga o telefone, se veste rapidamente e parte em direção ao hospital.
          Finalmente Francisca se acalma um pouco com o relato do médico e se deita para repousar, porque ainda se sente cansada.
          O médico deixa o quarto pensando no porquê de ela não lembrar do acidente. “Deve ser uma pequena confusão mental, afinal, quatro dias desacordada!”. Conclui que isso poderia acarretar tal feito.
          Antes de ir ver os outros pacientes, deixa a enfermeira Eunice avisada:
          - Fique de olho nela até a troca de seu plantão. Ela esta confusa e pode tentar fugir.
          Deixa avisado também o vigia que estava sentado no fim do corredor.
          A algumas quadras dali estava José se aproximando do hospital, feliz por sua amada esposa ter despertado do seu sono que parecia sem fim.
          Ao chegar no hospital, ele correu até o outro lado da rua onde existe uma floricultura e compra um lindo e grande girassol e uma rosa branca, as flores preferidas de sua amada. Finalmente ele entra, se apresenta para a recepcionista e sobe até o andar onde está sua esposa. Com todo cuidado, ele olha pelo vão da porta e a vê sem as medicações e dormindo. Então, carinhosamente ajeita as flores em um vaso e sai do quarto em busca do médico para ter informações. Mas não teve êxito pois acabara de ser feita a troca do plantão, então ele retorna ao quarto, se estica no sofá ao lado da cama e adormece.
          No meio da madrugada Francisca acorda para ir ao banheiro e vê o homem deitado no sofá ao lado de sua cama, ela, em sua mente, pergunta-se “Quem é?”. E, depois de ir ao banheiro, acaba adormecendo novamente.
          No dia seguinte, José é acordado pela enfermeira dizendo:
          - Senhor José, sua esposa foi levada para fazer uma tomografia e o doutor Alexandre deseja falar com o senhor.
          José caminha pelo corredor até a sala do médico, como foi orientado pela enfermeira.
          - Senhor José! Entre, por favor - diz o doutor Alexandre.
          Pouco a pouco o médico vai explicando tudo o que pode dizer sobre o estado em que se encontra sua esposa, fala da perda de memória, que poderia ser temporária ou não, mas que só os exames poderiam lhe dar as respostas corretas. José ouve atentamente e volta apreensivo para o quarto.
          Francisca, ou Fran como ele a chamava carinhosamente, já estava no quarto. Ele abre um enorme sorriso e diz:
          - Que bom que você acordou, meu amor! Fran, eu estava tão preocupado com você!
          Ela, num tom intrigado, pergunta:
          - Quem é você e o que faz aqui no meu quarto desde ontem à noite?
          José se lembra das palavras do médico e com calma diz:
          - Fran, sou eu, José, seu marido.
          - Eu não sou Fran e não o conheço.
          - O doutor não explicou que você bateu a cabeça?
          - Sim, e estou tentando me lembrar, mas não consigo.
          - Não se esforce muito - diz ele - pode lhe fazer mal.
          Francisca está muito abalada, por isso começa um choro de desespero. Seu marido estava ali ao seu lado, mas ela não o reconhecia, nem mesmo sabia se o que aquele homem dizia era verdade. Como poderia saber?
          O dia vai chegando ao fim, Francisca chama a enfermeira para lhe trazer uma roupa limpa porque quer tomar um banho para dormir. Pede ajuda para ir até o chuveiro, a enfermeira, prontamente, vai ajudá-la. Quando entram no banheiro, Francisca olha para o espelho na parede e solta um grito de desespero. Depois cai em prantos.
          A enfermeira, sem saber o que foi, pergunta:
          - Pode me dizer o que está acontecendo, Francisca?
          E ela responde:
          - Não me reconheço, não me reconheço...
          A enfermeira volta com ela para a cama e sai rapidamente para chamar o médico. Ele ouve o relato e vai até o quarto com sua prancheta nas mãos.
          - Senhora Francisca, pode me dizer o que houve? – pergunta o médico à sua paciente.
          - Não me reconheci no reflexo que vi no espelho.
          O doutor ouve tudo atentamente, pensando que pode ser fruto da cabeça dela, diz:
          - A Senhora ainda está muito abalada com toda esta situação. Tente se acalmar que vou pedir para enfermeira trazer um espelho para você.
          A enfermeira faz o que o médico pediu e traz o pequeno espelho. O médico pergunta:
          - Está mais calma e pronta agora? Eu estou aqui para ajudá-la, lembre-se disso.
          Pegando o espelho com as mãos trêmulas, ela o posiciona em frente ao seu rosto e diz:
          - Não me reconheço, não me reconheço!
          Doutor Alexandre, vendo que ela está ficando irritada, diz:
          - Calma. O que você vê?
          - Outra pessoa. Não sou eu! O que está acontecendo comigo, doutor? Não me lembro do meu nome, do meu rosto, do homem que está aí e que se diz meu marido. Não me lembro do acidente. De nada!!!
          José, numa tentativa de acalmá-la, toca seu ombro. Ela grita enfurecida:
          - Não me toque!!!
          O médico não vê outra alternativa e pede para a enfermeira aplicar um sedativo para que ela se acalme e descanse. Diz que seria feita, no outro dia, uma nova bateria de exames mais completos a fim de descobrir o que há com a sua paciente.
          Os exames foram realizados logo pela manhã, no fim da tarde saíram os resultados, a enfermeira chama:
          - Doutor Alexandre, os resultados chegaram!
          - Obrigado, Leticia. - Era outra a enfermeira que estava de plantão naquele dia.
          Checando todos os exames cuidadosamente, principalmente a tomografia, ele se surpreende com um detalhe que não tinha aparecido no outro exame e que poderia ser crucial para desvendar a perda profunda de memória de Francisca. Era um coágulo em sua cabeça, que poderia estar impedindo a circulação correta do sangue. Ele pega os resultados e vai para o quarto de Francisca, um pouco mais animado porque pode ter achado a causa de sua falta de memória.
          - Boa tarde, Francisca. Como se sente? - Pergunta ele.
          Ela, com mal humor, diz:
          - Não me chame assim. Não sou essa Francisca aí não!
          - Tudo bem, não se altere. Chegaram os resultados e estou com eles aqui na mão. A Senhora tem um coágulo na cabeça que está interferindo na circulação do seu sangue, o que pode estar ocasionando esta perda severa de memória. É por este motivo que não se reconhece e não lembra do seu passado, de si mesmo e de seu esposo. Mas há uma luz no fim do túnel. Se fizermos uma cirurgia, que é um pouco delicada e arriscada, pode ser que, tirando este coágulo, o sangue volte a fluir normalmente e traga suas memorias de volta. Como disse, é um processo arriscado e vou lhe dar um tempo para pensar sobre o caso. Dentro de alguns dias volto para ver a sua decisão e tomar as medidas cabíveis. E a senhora poderá voltar à sua vida normal.
          José, ouvindo tudo aquilo e receoso com a cirurgia, tenta a última possibilidade. Vai até sua casa, pega o álbum de casamento e o leva para o hospital na esperança de que Francisca, vendo as fotos de outros momentos, recupere sua memória gradativamente. De volta ao hospital, bate na porta do quarto e pergunta se pode entrar. Ela assente com a cabeça dizendo que sim, ele puxa a cadeira, senta-se ao seu lado e explica que trouxe umas fotos para ver se a memória dela começa a voltar por si só, sem cirurgia. E vai folheando as páginas com as mais variadas fotos de festas de fim de ano, de aniversários, de viagens, do seu casamento. Mas tudo foi em vão, ela não se lembra de absolutamente nada, de nenhum momento. E numa fração de segundo ele se lembra de um detalhe muito importante. Ele diz assim:
          - Quer uma prova de que sou seu esposo e estou falando toda a verdade desde o dia que você acordou?
          - Então me prove.
          - Olhe na sua mão esquerda, tem uma aliança e nela está gravado assim "AMOR ETERNO, JOSÉ".
          Ela olhou para o dedo e, com medo, foi tirando a aliança. E lá estava, exatamente o que ele havia dito, palavra por palavra. Neste momento ela cai em prantos e pede perdão para ele pela maneira rude com que o vem tratando ao longo dos dias que passaram. E ela começa a pensar com mais entusiasmo na cirurgia que lhe foi proposta, e assim seguiram os dias.
          Na segunda seguinte, logo cedo, o doutor Alexandre entra em seu quarto, ela estava ansiosa por sua visita. Antes mesmo de o médico pronunciar alguma palavra, ela diz:
          - Pode preparar tudo! Eu aceito a cirurgia, quero minha vida de volta.
          - Tem certeza?
          - Absoluta - responde ela com firmeza na voz.
          - Então tudo bem. Vou me retirar e mandar preparar tudo.
          José estava em casa na hora que ela tomou a decisão e recebeu um telefonema do hospital avisando da cirurgia, rapidamente se dirige para lá. Enquanto a sala de cirurgia estava sendo preparada, Francisca foi conduzida a uma pequena sala onde lhe explicaram tudo o que seria feito. José consegue chegar até onde ela está bem a tempo de também ouvir atentamente as orientações. Depois de tudo esclarecido, Fran se despede de José dizendo:
          - Vai dar tudo certo, vou recuperar minha memória.
          Ele não consegue segurar, uma lagrima rasga seu rosto e ela, vendo isso, diz:
          - Não fique assim, tudo já deu certo. - E foi indo em direção do centro cirúrgico.
          “Esse corredor é tão longo!” - pensava ela - “Mas não posso desistir agora, vou até o fim”.
          A enfermeira chega na sala e diz:
          - Estamos prontos, você pode ir se trocar. - E aponta um biombo no canto esquerdo da sala.
          Ela se troca e se deita na maca que é levada para o centro cirúrgico. Lá está o doutor Alexandre à sua espera, com uma junta médica para auxiliar. Ele diz:
          - Tente ficar calma. Vou encostar uma máscara em seu rosto e peço que conte de dez até um de trás para frente.
          Ela tentou fazer o que ele pediu, mas não chegou nem na metade da contagem e apagou. O doutor diz:
          - Iniciemos o procedimento.
          Passaram quatro horas e nada de notícias da cirurgia, José já estava aflito. Vai até a antessala e tenta obter alguma informação, mas a enfermeira que vai até o centro cirúrgico volta e diz:
          - Mais uma hora e já terminam.
          Uma hora depois, doutor Alexandre aparece na porta, chama José e explica que a cirurgia foi ótima, mas só poderá dizer que foi um sucesso quando Francisca acordar da sedação. Diz que ela foi conduzida à sala de recuperação e logo mais ele poderá vê-la.
          - E me faça um favor: traga algo de sua casa que seja bem familiar para ela - pediu o doutor Alexandre.
          No dia seguinte ele pegou o perfume preferido dela, colocou no bolso e saiu de casa em direção ao hospital, mas ia cheio de perguntas “Será que deu certo? Será que ela vai se lembrar de tudo? Se não se lembrar, o que vou fazer?”. Os questionamentos foram até a porta do quarto do hospital. Parado na porta, José vê sua amada sentada, tomando uma medicação, e quando ela olha ele pergunta:
          - Posso entrar?
          - Entre.
          Ele entra, puxa a cadeira e senta-se ao lado dela. Pergunta uma série de coisas a e, na medida do possível, ela vai respondendo. Nisso o doutor Alexandre entra e pergunta:
          - Senhora Francisca, como se sente hoje?
          - Estou bem doutor. Meio zonza.
          - Não se preocupe, é normal - e olha fixamente para José - Trouxe o que pedi?
          - Sim, doutor.
          E o doutor faz a temida pergunta: Apontando para José diz:
          - Quem é ele?
          Ela balbucia:
          - É o José, meu ma.ma.marido.
          Os dois não escondem a alegria, doutor Alexandre diz:
          - Senhor José, mostre a ela o que trouxe.
          Ele, com cuidado para que ela não veja, espirra um pouco do perfume em sua mão deixando a essência no ar.
          - Conheço este perfume, ele e meu! - Afirma ela com tanta autoridade que José cai em prantos de alegria.
          - Agora, Senhor José, vá com calma. Tudo que ela for perguntando, responda com o maior número de detalhes possível e se tiver fotos melhor ainda. Vou pedir uma nova bateria de exames e dependendo do resultado logo terá alta, Senhora.
          E assim foi. Fizeram os exames e José foi muito criterioso em suas respostas. Depois de uma semana os resultados chegaram às mãos do doutor Alexandre que se apressou em comunicar o fato a Francisca e José.
          - Os resultados chegaram e são muito bons Senhora Francisca! Já se lembrou de algumas coisas?
          - Algumas sim, mas não muitas. José está me ajudando muito.
          - Então tenho boas notícias. Isso vai melhorar pois a senhora está de alta. Senhor José, pode ir à recepção assinar os papeis enquanto examino sua esposa rapidamente?
          Ele nem esperou o médico terminar de falar, desceu as escadas igual uma bala para a recepção, assinou tudo e voltou ao quarto. O doutor não estava mais lá e ela já estava quase pronta.
          Finalmente, eles, juntos, chegam à porta de saída do hospital. José chama um taxi e embarcam no veículo. Logo chegam a sua residência, lá tudo está exatamente do jeito que ela deixou no dia do terrível acidente. As plantas, os enfeites do jardim, tudo no seu devido lugar, e eles entram na casa, ela se senta em uma poltrona bem no centro da sala e olha tudo ao seu redor, cuidadosamente e bem devagar. Vão chegando as mais variadas lembranças.
          Já se passaram três anos da data do acidente e muitas lembranças foram recuperadas por ela com a ajuda de José, que sempre tinha uma foto em mãos para ajudá-la a se lembrar com mais exatidão
          Um dia ela acorda cedinho e chama José:
          - Acorde! hoje é o dia de minha consulta com o doutor Alexandre.
          Ele se levanta, tomam um café juntos como todas as manhãs e saem em direção do hospital. Chegando lá o doutor Alexandre os esperava em seu consultório. Francisca vai relatando tudo o que ocorreu nos últimos três anos, mas Alexandre interveio:
          - Vejo que a Senhora está muito bem mesmo. O Senhor José a está ajudando? - Perguntou ele.
          Ela prontamente diz:
          - Sim, doutor, muito! Ele está sendo o meu braço direito nesta batalha.
          - Continuem assim que logo mais tudo estará no seu devido lugar.
          E os dois se retiram do consultório muito gratos àquele homem que salvou sua vida e memória.
          Um ano depois da última consulta todas as suas memórias estavam restauradas, e com isso o amor que um sente pelo outro, que já era grande, se tornou muito maior e se mantem assim.

          Eu me chamo Francisca e esta é a minha história de superação. Por maior que seja a sua provação saiba que se o seu amor for verdadeiro ele transpõe qualquer barreira.

Autores: Marcio e Karine (Segundo Ano, EJA) 

sábado, 31 de agosto de 2019

DEVEMOS AMAR UNS AOS OUTROS


     

     Enaldinho era um homem de sorte. Sempre ganhava nas competições e nos jogos. O único problema era que ele zombava dos pobres e dos negros.
     Um dia aconteceu uma coisa estranha: Enaldinho foi a uma competição e perdeu. Ele saiu de lá todo revoltado porque perdeu a sua casa e todo o seu dinheiro.
     Nessa noite, Enaldino dormiu na rua pela primeira vez na sua vida. Foi a noite que fez mais frio em 30 anos.
     De repente passou um homem negro e perguntou para Enaldinho se ele queria ajuda. Enaldinho, orgulhoso, recusou a ajuda do moço
     Então Enaldinho foi passando as noites na rua, no frio. Enquanto ele estava passando frio veio um homem com um cobertor perguntando se ele queria ajuda. Enaldinho aceitou. O homem que o ajudou era o Luccas, o senhor mais rico do mundo.
     Esses dois viraram os melhores amigos. Luccas arrumou um emprego em seu escritório para o Enaldinho. Sempre quando o enaldinho passava nas ruas e via os pobres passando frio e fome ele ajudava.
     Um dia Enaldinho ficou com vontade de competir de novo e foi jogar. Então, com esperança, ele ganhou. 50 por cento do dinheiro, usou para comprar roupas e comida, que distribuiu para os moradores de rua. Com os outros 50 por cento ele comprou uma casa.
     No trabalho conheceu uma moça e se apaixonou por ela à primeira vista. O nome dela é Victória, ela é negra.
     Enaldinho não perdeu tempo e foi pedir o número dela. Espertinho, disse a ela que era para colocar no grupo da empresa. Victória deu o seu número para Enaldinho.
     Sem perder tempo, Enaldinho chamou Victória para sair. Ela aceitou e eles foram se conhecendo. Luccas, amigo de Enaldinho, disse que nunca imaginou que Enaldinho iria se apaixonar por uma negra.
     Enaldinho explicou que Victória encantou os olhos dele e que iria pedi-la em namoro. Então Enaldinho pediu-a em namoro, Victória aceitou e os dois apaixonados viveram felizes para sempre.

MORAL DA HISTÓRIA: Nunca devemos zombar das pessoas pela aparência porque isso é errado. E, além disso, você pode ser preso.

Autores:
Bruna de oliveira, Marcelo oliveira neto, Nathally de Paula, Maryna casta Silva e Roseli nascimento. (7 E) 2019

quinta-feira, 6 de junho de 2019

MEU PAÍS PERFEITO

Thayná Alves da Cunha - 2019

       Meu país perfeito pensa no bem de todo cidadão, trata toda classe social como igual. No meu país perfeito não existe fome e ninguém morre de frio nas ruas.
       Em um país que seria perfeito não só para mim mas para todos, profissões além de jogador de futebol seriam valorizadas, todos teriam acesso à educação, saúde, trabalho e cultura.
       Todos saberiam o que é ter saneamento básico e nenhuma criança se preocuparia em não ter o que comer.
       Em um país perfeito políticos não cortariam gastos da educação pra comer lagosta.

sábado, 1 de junho de 2019

ALTURA, DESEMPREGO, LUTO, CADEIA


Victor Durães Lázaro Monteiro - 2019

Eu tenho medo de altura, do desemprego, do luto e da cadeia
Porque a altura sempre me deixa travado
Porque o desemprego não dá chance de defesa
Porque o luto quando chega traz abalo

Porque cadeia deixa a minha liberdade de luto
Porque o luto tem o trabalho de levar a vida ao desemprego
Porque o desemprego leva minha insegurança à altura
Porque a altura faz minha coragem se sentir na cadeia


(Poema criado com base na música Polícia Bandido Cachorro Dentista, de Sérgio Sampaio - Texto trabalhado em sala de aula)

sábado, 11 de maio de 2019

REGRAS DA ABNT


ELEMENTOS PRÉ-TEXTUAIS: São aqueles que fazem parte da apresentação gráfica e antecedem a exposição da pesquisa em si. Os itens obrigatórios são: capa, folha de rosto, resumo, sumário.

- Capa: Deve conter o nome da instituição, curso, autor, título do trabalho, cidade e ano. Atente-se a todos os detalhes na hora de incluir as informações na capa e formatá-las. Qualquer erro pode passar uma “má impressão” para a banca.

- Folha de rosto: Apresenta nome do autor, título, cidade e ano e uma breve nota descritiva, que deve conter o objetivo do trabalho e o nome do orientador.

- Resumo: É um texto que deve ter, preferencialmente, entre 150 e 500 palavras. No TCC, ele sintetiza em um único parágrafo as ideias do trabalho. Para escrever um resumo perfeito, é necessário finalizar a pesquisa. Inicie o texto falando sobre o tema principal e aborde os principais tópicos trabalhados ao longo do TCC. Não se esqueça de usar sempre frases objetivas, curtas e escritas em voz ativa. Abaixo do texto do resumo, adicione uma sequência de palavras-chave, ou seja, termos que caracterizam a pesquisa.

- Sumário: Serve para apresentar as enumerações das páginas e as respectivas seções do trabalho. O alinhamento é à esquerda, sem recuo. O espaço das entrelinhas deve ser de 1,5. O tamanho da fonte é 12. Definindo as marcações corretamente, você pode gerar o sumário de forma automática através do editor de texto Word.

ELEMENTOS TEXTUAIS: Os elementos textuais compõem a pesquisa científica. São eles: introdução (parte inicial), desenvolvimento (parte principal) e conclusão (parte final).

1. Introdução: Deve conter os temas que serão tratados no trabalho, além da justificativa e do objetivo do TCC. Ao escrever o texto, faça uma apresentação breve e clara da temática estudada, valorizando acima de tudo a delimitação. Na sequência, exponha a justificativa e levante questionamentos para chegar até o problema da pesquisa. Você também pode usar essa parte do trabalho para indicar como será a ordem dos capítulos.

2. Desenvolvimento: É a principal parte do trabalho, que deve conter a exposição do assunto tratado de forma detalhada e completa. O aluno precisa ter bem claro o seu objetivo geral e os objetivos específicos. É com base nesses tópicos que ele vai conseguir defender os seus argumentos. É importante seguir uma ordem lógica, para que o leitor não corra o risco de se perder. Essa seção do trabalho também é dedicada às entrevistas e análises aprofundadas de questionários. Ao esquematizar um roteiro para o desenvolvimento do TCC, o estudante deve responder as seguintes perguntas:

· O que vou pesquisar? (Problema)
· Para que serve esse trabalho? (Objetivo geral e objetivos específicos)
· Por que devo realizar a pesquisa? (Justificativa)
· Como vou fazer esse estudo? (Metodologia)

3. Conclusão: É a finalização do trabalho, onde o autor recapitula o assunto e fala um pouco sobre os resultados. Também chamada de considerações finais, essa parte do TCC mostra se a investigação atingiu (ou não) os seus objetivos. Não existe uma receita pronta para redigir essa seção. Em geral, recomenda-se: expor as próprias ideias, resumir o conteúdo e expor as principais inferências. Lembre-se de que o conhecimento científico está em constante evolução, portanto, não dá para criar conclusões fechadas sobre um assunto. (verdades únicas e absolutas).

ELEMENTOS PÓS-TEXTUAIS: O estudante não pode se esquecer de que também existem os elementos pós-textuais, ou seja, aqueles que são colocados após a conclusão. As referências bibliográficas correspondem ao único elemento obrigatório dessa parte do trabalho.

1. Referências bibliográficas: Ao reunir as referências bibliográficas do seu trabalho, procure respeitar a padronização da ABNT. Diversos documentos podem ser referenciados numa pesquisa científica, como livros, documentos eletrônicos online, fotografias e palestras.

Livro: Sobrenome do autor em caixa alta, nome do autor, título em negrito, edição, cidade, editora e ano de publicação.
Exemplo: PELCZAR JUNIOR, J. M. Microbiologia: conceitos e aplicações. 2. ed. São Paulo: Makron Books, 1996.

Site: Sobrenome do autor, nome do autor, título do texto, ano, link e data de acesso.
Exemplo: MORETTI, Isabella. “Regras da ABNT para TCC: conheça as principais normas”. 2019. Disponível em: https://viacarreira.com/regras-da-abnt-para-tcc-conheca-principais-normas. Acesso em: 15/01/2019.

Capítulo de livro: Sobrenome do autor em caixa alta, nome do autor do capítulo. Título do capítulo. In: sobrenome do organizador do livro em caixa alta, nome do organizador do livro. Título da obra em negrito. Local: Editora, ano, página inicial – página final.
Exemplo: RECUERO, Raquel. Atos de ameaça à face e à Conversação em Redes Sociais na Internet. In: PRIMO, Alex (Org.). Interações em Rede. Porto Alegre: Editora Sulina, 2016. p. 51-69.

Artigo científico: Sobrenome do autor do artigo em caixa alta, nome do autor. Título do artigo. Nome da revista em negrito, volume, número, página inicial-final, mês abreviado, ano.
Exemplo: NEVES, Sandra Helena. Sustentabilidade no campo: técnicas para colocar esse conceito em prática. Revista Brasileira de Engenharia, v. 6, n. 2, p. 27-39, jun, 2010.

Anais eletrônicos de eventos: Sobrenome do autor em caixa alta, nome do autor. Título. In: nome do evento em caixa alta e sem negrito, mês, ano, local de realização. Escreva “Anais” em negrito. Local, ano. Escreva “Disponível em:” endereço eletrônico. “Acesso:” mês abreviado e ano.
Exemplo: FERREIRA, Leandro. Uso das redes sociais nas escolas públicas de São Paulo. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE MÍDIAS DIGITAIS, 02, 2016, Belo Horizonte. Anais […]. Belo Horizonte: Faculdades Integradas de BH, 2016. Disponível em: http://www.cbmd.com.br/trabalhos/560.pdf. Acesso em 12 de fev. 2017.

Reportagem de jornal: Sobrenome do autor em caixa alta. Título da reportagem. Nome do jornal em negrito, local, ano, número da publicação, página, dia, mês, ano.
Exemplo: DONATO, José. Impressora 3D transforma o mundo. Correio do Amanhã. Rio de Janeiro, ano 90, n. 230, p. 45, 3 mar. 2015.













sábado, 16 de março de 2019

DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS HUMANOS

Adotada e proclamada pela Assembleia Geral das Nações Unidas (resolução 217 A III) em 10 de dezembro 1948.


Preâmbulo
          Considerando que o reconhecimento da dignidade inerente a todos os membros da família humana e de seus direitos iguais e inalienáveis é o fundamento da liberdade, da justiça e da paz no mundo,
          Considerando que o desprezo e o desrespeito pelos direitos humanos resultaram em atos bárbaros que ultrajaram a consciência da humanidade e que o advento de um mundo em que mulheres e homens gozem de liberdade de palavra, de crença e da liberdade de viverem a salvo do temor e da necessidade foi proclamado como a mais alta aspiração do ser humano comum,
          Considerando ser essencial que os direitos humanos sejam protegidos pelo império da lei, para que o ser humano não seja compelido, como último recurso, à rebelião contra a tirania e a opressão,
          Considerando ser essencial promover o desenvolvimento de relações amistosas entre as nações,
          Considerando que os povos das Nações Unidas reafirmaram, na Carta, sua fé nos direitos fundamentais do ser humano, na dignidade e no valor da pessoa humana e na igualdade de direitos do homem e da mulher e que decidiram promover o progresso social e melhores condições de vida em uma liberdade mais ampla,
          Considerando que os Países-Membros se comprometeram a promover, em cooperação com as Nações Unidas, o respeito universal aos direitos e liberdades fundamentais do ser humano e a observância desses direitos e liberdades,
          Considerando que uma compreensão comum desses direitos e liberdades é da mais alta importância para o pleno cumprimento desse compromisso,
          Agora portanto a Assembleia Geral proclama a presente Declaração Universal dos Direitos Humanos como o ideal comum a ser atingido por todos os povos e todas as nações, com o objetivo de que cada indivíduo e cada órgão da sociedade tendo sempre em mente esta Declaração, esforce-se, por meio do ensino e da educação, por promover o respeito a esses direitos e liberdades, e, pela adoção de medidas progressivas de caráter nacional e internacional, por assegurar o seu reconhecimento e a sua observância universais e efetivos, tanto entre os povos dos próprios Países-Membros quanto entre os povos dos territórios sob sua jurisdição.


Artigo 1
Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e direitos. São dotados de razão e consciência e devem agir em relação uns aos outros com espírito de fraternidade.

Artigo 2
1. Todo ser humano tem capacidade para gozar os direitos e as liberdades estabelecidos nesta Declaração, sem distinção de qualquer espécie, seja de raça, cor, sexo, língua, religião, opinião política ou de outra natureza, origem nacional ou social, riqueza, nascimento, ou qualquer outra condição.
2. Não será também feita nenhuma distinção fundada na condição política, jurídica ou internacional do país ou território a que pertença uma pessoa, quer se trate de um território independente, sob tutela, sem governo próprio, quer sujeito a qualquer outra limitação de soberania.

Artigo 3
Todo ser humano tem direito à vida, à liberdade e à segurança pessoal.

Artigo 4
Ninguém será mantido em escravidão ou servidão; a escravidão e o tráfico de escravos serão proibidos em todas as suas formas.

Artigo 5
Ninguém será submetido à tortura, nem a tratamento ou castigo cruel, desumano ou degradante.

Artigo 6
Todo ser humano tem o direito de ser, em todos os lugares, reconhecido como pessoa perante a lei.

Artigo 7
Todos são iguais perante a lei e têm direito, sem qualquer distinção, a igual proteção da lei. Todos têm direito a igual proteção contra qualquer discriminação que viole a presente Declaração e contra qualquer incitamento a tal discriminação.

Artigo 8
Todo ser humano tem direito a receber dos tribunais nacionais competentes remédio efetivo para os atos que violem os direitos fundamentais que lhe sejam reconhecidos pela constituição ou pela lei.

Artigo 9
Ninguém será arbitrariamente preso, detido ou exilado.

Artigo 10
Todo ser humano tem direito, em plena igualdade, a uma justa e pública audiência por parte de um tribunal independente e imparcial, para decidir seus direitos e deveres ou fundamento de qualquer acusação criminal contra ele.

Artigo 11
1.Todo ser humano acusado de um ato delituoso tem o direito de ser presumido inocente até que a sua culpabilidade tenha sido provada de acordo com a lei, em julgamento público no qual lhe tenham sido asseguradas todas as garantias necessárias à sua defesa.
2. Ninguém poderá ser culpado por qualquer ação ou omissão que, no momento, não constituíam delito perante o direito nacional ou internacional. Também não será imposta pena mais forte de que aquela que, no momento da prática, era aplicável ao ato delituoso.

Artigo 12
Ninguém será sujeito à interferência na sua vida privada, na sua família, no seu lar ou na sua correspondência, nem a ataque à sua honra e reputação. Todo ser humano tem direito à proteção da lei contra tais interferências ou ataques.

Artigo 13
1. Todo ser humano tem direito à liberdade de locomoção e residência dentro das fronteiras de cada Estado.
2. Todo ser humano tem o direito de deixar qualquer país, inclusive o próprio e a esse regressar.

Artigo 14
1. Todo ser humano, vítima de perseguição, tem o direito de procurar e de gozar asilo em outros países.
2. Esse direito não pode ser invocado em caso de perseguição legitimamente motivada por crimes de direito comum ou por atos contrários aos objetivos e princípios das Nações Unidas.

Artigo 15
1. Todo ser humano tem direito a uma nacionalidade.
2. Ninguém será arbitrariamente privado de sua nacionalidade, nem do direito de mudar de nacionalidade.

Artigo 16
1. Os homens e mulheres de maior idade, sem qualquer restrição de raça, nacionalidade ou religião, têm o direito de contrair matrimônio e fundar uma família. Gozam de iguais direitos em relação ao casamento, sua duração e sua dissolução.
2. O casamento não será válido senão com o livre e pleno consentimento dos nubentes.
3. A família é o núcleo natural e fundamental da sociedade e tem direito à proteção da sociedade e do Estado.

Artigo 17
1. Todo ser humano tem direito à propriedade, só ou em sociedade com outros.
2. Ninguém será arbitrariamente privado de sua propriedade.

Artigo 18
Todo ser humano tem direito à liberdade de pensamento, consciência e religião; esse direito inclui a liberdade de mudar de religião ou crença e a liberdade de manifestar essa religião ou crença pelo ensino, pela prática, pelo culto em público ou em particular.

Artigo 19
Todo ser humano tem direito à liberdade de opinião e expressão; esse direito inclui a liberdade de, sem interferência, ter opiniões e de procurar, receber e transmitir informações e idéias por quaisquer meios e independentemente de fronteiras.

Artigo 20
1. Todo ser humano tem direito à liberdade de reunião e associação pacífica.
2. Ninguém pode ser obrigado a fazer parte de uma associação.

Artigo 21
1. Todo ser humano tem o direito de tomar parte no governo de seu país diretamente ou por intermédio de representantes livremente escolhidos.
2. Todo ser humano tem igual direito de acesso ao serviço público do seu país.
3. A vontade do povo será a base da autoridade do governo; essa vontade será expressa em eleições periódicas e legítimas, por sufrágio universal, por voto secreto ou processo equivalente que assegure a liberdade de voto.

Artigo 22
Todo ser humano, como membro da sociedade, tem direito à segurança social, à realização pelo esforço nacional, pela cooperação internacional e de acordo com a organização e recursos de cada Estado, dos direitos econômicos, sociais e culturais indispensáveis à sua dignidade e ao livre desenvolvimento da sua personalidade.

Artigo 23
1. Todo ser humano tem direito ao trabalho, à livre escolha de emprego, a condições justas e favoráveis de trabalho e à proteção contra o desemprego.
2. Todo ser humano, sem qualquer distinção, tem direito a igual remuneração por igual trabalho.
3. Todo ser humano que trabalha tem direito a uma remuneração justa e satisfatória que lhe assegure, assim como à sua família, uma existência compatível com a dignidade humana e a que se acrescentarão, se necessário, outros meios de proteção social.
4. Todo ser humano tem direito a organizar sindicatos e a neles ingressar para proteção de seus interesses.

Artigo 24
Todo ser humano tem direito a repouso e lazer, inclusive a limitação razoável das horas de trabalho e a férias remuneradas periódicas.

Artigo 25
1. Todo ser humano tem direito a um padrão de vida capaz de assegurar a si e à sua família saúde, bem-estar, inclusive alimentação, vestuário, habitação, cuidados médicos e os serviços sociais indispensáveis e direito à segurança em caso de desemprego, doença invalidez, viuvez, velhice ou outros casos de perda dos meios de subsistência em circunstâncias fora de seu controle.
2. A maternidade e a infância têm direito a cuidados e assistência especiais. Todas as crianças, nascidas dentro ou fora do matrimônio, gozarão da mesma proteção social.

Artigo 26
1. Todo ser humano tem direito à instrução. A instrução será gratuita, pelo menos nos graus elementares e fundamentais. A instrução elementar será obrigatória. A instrução técnico-profissional será acessível a todos, bem como a instrução superior, esta baseada no mérito.
2. A instrução será orientada no sentido do pleno desenvolvimento da personalidade humana e do fortalecimento do respeito pelos direitos do ser humano e pelas liberdades fundamentais. A instrução promoverá a compreensão, a tolerância e a amizade entre todas as nações e grupos raciais ou religiosos e coadjuvará as atividades das Nações Unidas em prol da manutenção da paz.
3. Os pais têm prioridade de direito na escolha do gênero de instrução que será ministrada a seus filhos.

Artigo 27
1. Todo ser humano tem o direito de participar livremente da vida cultural da comunidade, de fruir as artes e de participar do progresso científico e de seus benefícios.
2. Todo ser humano tem direito à proteção dos interesses morais e materiais decorrentes de qualquer produção científica literária ou artística da qual seja autor.

Artigo 28
Todo ser humano tem direito a uma ordem social e internacional em que os direitos e liberdades estabelecidos na presente Declaração possam ser plenamente realizados.

Artigo 29
1. Todo ser humano tem deveres para com a comunidade, na qual o livre e pleno desenvolvimento de sua personalidade é possível.
2. No exercício de seus direitos e liberdades, todo ser humano estará sujeito apenas às limitações determinadas pela lei, exclusivamente com o fim de assegurar o devido reconhecimento e respeito dos direitos e liberdades de outrem e de satisfazer as justas exigências da moral, da ordem pública e do bem-estar de uma sociedade democrática.
3. Esses direitos e liberdades não podem, em hipótese alguma, ser exercidos contrariamente aos objetivos e princípios das Nações Unidas.

Artigo 30
Nenhuma disposição da presente Declaração poder ser interpretada como o reconhecimento a qualquer Estado, grupo ou pessoa, do direito de exercer qualquer atividade ou praticar qualquer ato destinado à destruição de quaisquer dos direitos e liberdades aqui estabelecidos.


PERGUNTAS E RESPOSTA SOBRE A DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS HUMANOS

As perguntas foram elaboradas por mim e passadas aos alunos como um trabalho sobre a DUDH. Aqui estão selecionadas algumas das respostas. O critério de seleção foi a correção da resposta e, por restrição de papel e cópias, a concisão.

RESPOSTA DO TRABALHO SOBRE A DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS HUMANOS
(Muitas estavam corretas e bem argumentadas, destaco apenas uma de cada)


1 – Aponte o artigo da DUDH no qual se pode afirmar que os direitos dos homossexuais, bissexuais e transexuais também estão contemplados. Como você chegou a essa conclusão?
R: Todos os artigos da DUDH. Homossexuais, bissexuais e transexuais são seres humanos, portanto seus direitos e deveres estão garantidos em toda a DUDH, visto que as palavras “Todo ser humano” ou “Ninguém” estão presentes em toda a Declaração. (Lucas Neri – 3º. F).

2 – Que aspectos do tratamento que os países europeus vêm dando aos refugiados vindos da Síria e/ou de países africanos estão atendendo ou violando a DUDH?
R: Segundo a DUDH todo ser humano tem direito a ir e vir em outros países em casos de guerras e perseguições, sendo assim, comparado às humilhações que os refugiados sofrem ao procurar asilo, os países europeus estão violando a DUDH. (Thainá, 3º.A).

3 – “Garotas do Leste Europeu chegam à Itália com promessas de emprego, mas acabam em rede de prostituição”. De acordo com essa manchete de notícia veiculada pela Folha de São Paulo em 23 de julho de 2000, qual (quais) artigo(s) da DUDH está(ão) sendo violado(os)? Como você chegou a essa conclusão?
R: Viola o Artigo 4, pois nele diz “Ninguém será mantido em escravidão ou servidão; a escravidão e o tráfico de escravos serão proibidos em todas as suas formas” e, no caso das garotas, elas são enganadas com a promessa de emprego e acabam em redes de prostituição, que é uma forma de escravidão, retirando seu direito de liberdade. (Isabelle, 3º.A)

4 – Em matéria recente da revista Carta Capital ficamos sabendo que “Estudo mostra que 40% dos presos brasileiros não foram condenados”. Qual (quais) dos artigos da DUDH tenta(m) impedir esse tipo de acontecimento? Justifique sua resposta.
R: Os Artigos 9, 10 e 11 visam que ninguém será arbitrariamente preso, e caso isso venha a ocorrer, a pessoa terá direito a audiência pública em um tribunal independente e imparcial, e tem direito de ser presumido inocente até que se prove o contrário. (Vitória, 3º.B)

5 – Quando pessoas, desinformadas e/ou desumanizadas pelos discursos de ódio veiculados pela mídia e por alguns líderes religiosos fundamentalistas, repetem o jargão “Bandido bom é bandido morto”, estão acatando ou desrespeitando a DUDH? Justifique sua resposta citando artigo(s) do texto.
R: Estão desrespeitando. A DUDH afirma que “Todos são iguais perante a lei e, sem distinção, têm direito na igual proteção da lei. Todos têm direito a proteção igual contra qualquer discriminação que viole a presente Declaração e contra qualquer incitamento a tal discriminação”. (Dayenne, 3º.A)

6 - Quando pessoas que vivem no sul do Brasil, desinformadas e/ou desumanizadas por discursos de ódio infundados e ignorantes, repetem o jargão xenofóbico “Voltem pro Nordeste!”, estão acatando ou desrespeitando a DUDH? Justifique sua resposta citando artigo(s) do texto.
R: Estão desrespeitando. Pois, o Artigo 13 diz que toda pessoa tem direito à liberdade de locomoção e residência dentro das fronteiras de seu país. (Victor, 9º.B)

7 – O direito ao casamento entre pessoas do mesmo sexo é contemplado pela DUDH? Especifique e justifique.
R: No Artigo 7 está falando que todos são iguais perante a lei. Então sim, eles têm o direito de se casarem. [Conforme explicitado no Artigo XVI]. (Anderson, 3º.C)

8 – Quando instigam ou praticam o vandalismo quebrando imagens e destruindo terreiros de umbanda, os evangélicos que assim agem estão desrespeitando qual(s) dos Direitos Humanos? Você acha que esse desrespeito pode ser de alguma forma justificável. Explique.
R: Esse tipo de atitude está desrespeitando o Artigo XVIII: “Todo ser humano tem direito à liberdade de pensamento, consciência e religião; este direito inclui a liberdade de mudar de religião ou crença e a liberdade de manifestar essa religião ou crença, pelo ensino, pela prática, pelo culto e pela observância, em público ou em particular”. Esse tipo de atitude não é justificável porque ser respeitado requer respeitar o outro, então ninguém tem o direito de desmoralizar a religião do outro. (Ingrid, 3º.A)

9 – Um governo que permite, por apoio a empresários e banqueiros, que o índice de desemprego suba absurdamente e/ou que o salário mínimo seja insuficiente para uma vida digna está respeitando a DUDH? Justifique sua resposta citando artigo(s) do texto.
R: Artigo 23 I, pois todo mundo tem direito ao emprego e ao salário mínimo para ter uma vida digna. Ter trabalho e receber por isso é um direito humano. (Lívia, 3º.F)

10 – O nível baixo, o apoio pífio, o investimento insuficiente e, principalmente, os desvios de verba, explícitos ou camuflados, da educação pública estão de acordo com a DUDH? Justifique sua resposta citando artigo(s) do texto.
R: Não, não estão de acordo com a DUDH. O Artigo 21 diz: “Todo ser humano tem igual direito de acesso ao serviço público do seu país”. A falta de apoio do governo para com a educação desrespeita a DUDH pois a educação dada não é igual para todas as pessoas e também não tem uma boa verba para que as escolas possam se desenvolver, procurando meios satisfatórios para os alunos terem uma ampla educação. (Beatriz, 9º.B)

11 – Além de direitos, a DUDH estipula, aos indivíduos e às nações, deveres a serem cumpridos? Quais e de que forma devem ser respeitados?
R: Sim, os deveres que a DUDH impõe devem ser cumpridos. Como já diz no artigo 29 “Todo ser humano tem deveres para com a comunidade, na qual o livre e pleno desenvolvimento de sua personalidade é possível”. Ou seja, respeitar e cumprir todos os artigos da DUDH fará de nós pessoas melhores e melhorando o próximo. Ou seja, um dever que na verdade era pra ser visto como algo normal. (Arthur, 3º. B)

12 – Quando algumas pessoas, principalmente na internet mas não apenas, reproduzem discursos de ódio contra a DUDH dizendo coisas como “Os Direitos Humanos só servem para defender bandidos!”, essas pessoas demonstram saber do que estão falando? Justifique sua resposta.
R: Não, provavelmente elas nem pararam para ler os artigos da DUDH e elaborar uma opinião concreta e com bons argumentos. A DUDH defende a integridade do homem e a melhor convivência possível entre as pessoas, e não os bandidos. Quem deve julgar o crime é a justiça, a DUDH julga o seu direito como ser humano. (Maria Vitória, 9º.B)